Origens do Formato
Há muito tempo, existia um formato oficial da Wizards chamado ‘Highlander’. A premissa do formato era que o deck não poderia conter mais do que uma cópia de cada carta, inspirada no filme homônimo, cuja expressão característica é “there can be only one” (ou em português, “só pode haver um”). Com o lançamento de Legends e a grande quantidade de criaturas lendárias lançadas, teve-se a ideia de usar uma delas como um ‘comandante’ (alguns clamam haver inspiração na quarta temporada de Yu-Gi-Oh, em que os decks possuíam um ‘mestre de baralho’). A partir daí surgiu o EDH, Elder Dragon Highlander, por causa da lenda mais famosa da coleção, Nicol Bolas, o Elder Dragon Legend. Em meados de 2009, a Wizard resolveu abraçar o formato, uma vez que sua popularidade crescia bastante nas mesas casuais e fóruns online. Foi lançado então o primeiro produto de commander.
Foi quase um tiro no escuro por parte da empresa. Inseriram até algumas cartas inéditas poderosíssimas, com a premissa de que não seriam válidas em Modern, Extended e Standard, para evitar que o produto fosse um fracasso comercial muito grande (como Scavenging Ooze e Flusterstorm). Mas, superando a expectativa de muitos, o produto teve um sucesso imenso, e solidificou o formato oficialmente em todas as mesas casuais de todas as lojas pelo mundo. Desde então, o desenvolvimento das coleção sempre tem uma atenção especial quanto à criaturas lendárias e cards divertidos, visando a sua jogabilidade no formato.
Em 2013 veio a segunda leva de produtos, e foi um sucesso maior ainda. Tanto é que tiveram que imprimir outra ‘fornada’ para atender à demanda. Seguindo a mesma linha, singles bastante fortes foram impressos, aproveitando que não impactariam o Standard, o mais conhecido dessa leva é o True-Name Nemesis.
Por ser um formato focado no multiplayer, ele possibilita o uso de cartas de um nível não tão alto. Seu deck pode ser forte sem precisar de investimentos absurdos, além de você poder concretizar sua lista e mantê-la montada pra sempre, apenas esperando alguma carta nova ser lançada que se encaixe na sua estratégia. A ideia de se divertir com o jogo sem gastar rios de dinheiro com certeza é maior atrativo do formato.
Recentemente, Mark Rosewater, o líder de desenvolvimento do jogo, anunciou que lançariam produtos commander anualmente. Então fique tranquilo quanto à suporte, que o formato está em crescimento e já corresponde a uma parcela significativa dos jogadores. Incluindo uma popularidade imensa no Magic Online.
Nas primeiras levas, os produtos eram decks com três cores, inicialmente explorando as wedges (combinações de três cores com uma cor e suas duas "inimigas", opostas no pentagrama do verso da carta), que não haviam sido exploradas com profundidade no jogo e quase não tinham generais. Depois em 2013, foram as shards, exploradas em Alara e, portanto, já com algum suporte (ainda com lendas inéditas). Para 2014, a proposta é decks monocoloridos.
Esse ano, Khans ainda trará mais suporte para as wedges, sendo que tivemos Return to Ravnica recentemente dando suporte para todas as guildas bicolores. O amor ao commander não terá fim!
Regras do Jogo
O commander, como formato alternativo, possui várias regras diferentes do jogo convencional a que se está acostumado. Por exemplo, começa-se com 40 pontos de vida. Outra diferença está na montagem do deck:
O deck de commander possui 99 cartas, mais a 100ª na forma do seu comandante. O comandante pode ser qualquer criatura lendária (à exceção de algumas banidas do formato). Dentro dessas 99 cartas, não pode haver repetições, somente de terrenos básicos (o que tem ditado alguns reprints funcionais de cartas populares, para simular cópias iguais nos decks). Existe também uma limitação de cor, seguindo a regra de um termo chamado “identidade de cor”. A identidade de cor contém a própria cor da carta, mais a cor de qualquer símbolo de mana no seu texto. Seus deck não pode conter cards com identidades fora do seu comandante. Se escolheu uma criatura lendária vermelha, você não pode usar Demigod of Revenge, por exemplo, já que sua identidade é também preta.
Rhys é uma criatura lendária verde, porém, possui um símbolo de mana preto no seu oracle text, portanto sua identidade é verde e preta.
Bosh é uma criatura incolor, a princípio, seu deck não poderia conter nenhum símbolo de mana de nenhuma cor, mas como ele possui um símbolo de mana vermelho em seu texto, sua identidade é vermelha.
O seu comandante habita uma zona especial do jogo, conhecida como zona do comandante. É algo como um exílio alternativo, onde atualmente apenas os emblemas habitam (recentemente as novas Conspiracy também ocupam a zona de comandante). Você pode jogar seu comandante como se ele estivesse na sua mão, a princípio, como uma mágica de criaturas com todas as limitações normais, se ele possui Flash, por exemplo, ele pode ser jogado a qualquer momento em que pudesse jogar uma mágica instantânea. No último produto, algumas lendas possuem habilidades que são usadas direto da zona de comandante, como Derevi e Oloro. Quando seu comandante é colocado no cemitério, você pode colocá-lo de volta na zona de comandante ao invés disso (atenção que ele não chega a entrar no cemitério, caso você pretenda usar algo como Yosei, precisará deixar que ele fique no cemitério) e quando ele é exilado, você o coloca na zona também. Para jogar seu comandante novamente, ele custará 2 manas incolores a mais pra cada vez que ele já tiver sido jogado da zona. Por exemplo, seu comandante é Isamaru, você o joga no turno 1 por uma mana branca, seu oponente o destrói, você o coloca na zona, poderá jogá-lo novamente por uma branca e duas incolores, se ele morrer novamente, a próxima vez custará uma branca e 4 incolores, e assim por diante. Atenção ao fato de que jogar da mão não conta para esse acréscimo. Se o seu Isamaru custou nove manas ao todo da última vez que foi jogado da zona, mas é retornado para a sua mão, seu custo pra ser jogado da mão é apenas uma mana branca novamente, quando ele morrer (ou for descartado da sua mão), se você colocá-lo na zona, a contagem continua, ele custará 11 manas. A solução natural para quando você quer se livrar do comandante do seu oponente por mais tempo, é colocá-lo no baralho, de lá ele só volta pra zona se for colocado no cemitério ou exilado novamente. Por isso, cartas como Spin into Mith e Hallowed Burial são bem populares no formato.
Oblation era a maior arma contra os generais adversários. Com o lançamento do primeiro produto commander, o vermelho também ganhou sua arma.
Outra diferença nas regras está no Mulligan. No Magic Online, quando se joga com mais de dois jogadores ao mesmo tempo, o primeiro mulligan é “grátis”, ou seja, você compra sete novas cartas. Existe também o conhecido como Mulligan Parcial, nesse, o jogador deixa de lado apenas as cartas da sua mão que deseja mulligar, mantendo o restante consigo, compra-se então do deck o número de cartas exiladas menos um, e repete-se esse processo até a mão estar satisfatória, depois embaralha todas as cartas exiladas junto com o restante do deck. Por exemplo, você compra sua mão de sete, insatisfeito, você exila duas dessas cartas, compra uma, percebe uma possível linha alternativa com a nova carta, exila três outras cartas e compra duas, fica feliz com as 5 iniciais que ficaram e embaralha todas as outras de volta no deck. Essa regra gera algumas desavenças, por causa de jogadores de combo que ficam procurando peças ou tutores, ou mesmo sem combos, mas procurando aberturas insanas. Como é um formato casual, é recomendado simplesmente combinar como será feito o mulligan.
Por último, existe o dano de comandante. Se algum jogador receber 21 pontos de dano de combate do mesmo comandante, ele perde. Em alguns lugares essa regra também é ignorada, graças à criaturas lendárias poderosíssimas que causam 21 de dano facilmente, porém no Magic Online é oficial, então em maioria é usada.
Alguns decks são focados em matar seus oponentes pelo atalho do dano de comandante. Geralmente usando comandantes grandes ou que se protejam e cresçam.
Essa lista é tirada do site mtgcommander, que é o site que cuida do formato desde antes da wizard apoiá-lo, e a empresa o mantém responsável pelas regras e lista. Lembrando que, por se tratar de um formato casual, essa lista é apenas uma sugestão. Você pode combinar dentre seus amigos uma lista apropriada para seu grupo, conforme a jogabilidade e diversão.
Se você já perambulou por mesas de commander, já deve ter ouvido a expressão commander francês, trata-se do Duel Commander, a versão específica para jogos 1 contra 1. Iniciado na frança, como seu nome sugere, ele tem um caráter mais competitivo, sua lista de banidas é diferente, bem como alguns outros pontos das regras (por exemplo, a vida inicial é reduzida pra 30). Para mais detalhes, o site oficial do formato é duelcommander.com. Esse formato não é apoiado pela wizards (por enquanto), mas para os que querem a experiência de torneios, é bem interessante. O contra ponto sendo que o investimento acaba fazendo mais diferença, é difícil jogar francês usando cartas casuais.
Fique de olho no blog, devo postar mais posts explicativos do formato e depois começar a postar listas!
Frederico Cominato